domingo, 19 de outubro de 2008

Matéria G1

NXZero dá a largada para nova geração de roqueiros bonzinhos

Não se deixe enganar pelas tatuagens exageradas, pelo visual encardido e pelas caras de mau. Os roqueiros que atualmente levam a molecada ao delírio são tão bonzinhos que poderiam ter saído de um acampamento de escoteiros. Para esta turma, a trinca sexo, drogas e rock’n’roll é tão datada quanto a bandana e o shortinho de lycra do Axl Rose.
O NXZero, febre adolescente da vez, não se cansa de exaltar os valores familiares. “Quando saio de casa para um show, adoro ouvir minha mãe dizer: ‘não esquece de pegar um casaco que vai esfriar’”, conta o vocalista Di Ferrero, que mesmo depois da fama e da fila de garotas que se atiram sobre ele, ainda não abriu mão do quarto na casa dos pais e do almoço de domingo com a “vovó”.
Di se considera a ovelha negra da família, mas seu comportamento deixaria qualquer mamãe orgulhosa. “Sou maluco por natureza, não preciso de drogas. Minha loucura é querer fazer rock, é ter entrado neste meio em que tudo parece fácil e aqueles que não têm base familiar se perdem”.
O primeiro contato do muso teen com os palcos foi na infância. Dos 7 aos 11 anos, Di cantava em um grupo religioso de rap chamado Mensageiros Mirins. “Foi ali que descobri o quanto é bom poder passar mensagens positivas para as pessoas”, garante.

Escola NXZero

O bom-mocismo de Di Ferrero – e o posto de banda pop número 1 do momento – está inspirando uma leva de novos “roqueiros do bem”. Caso dos mineiros do Strike – considerada a “banda revelação do ano” em premiação da MTV – e dos paulistas do Replace, que se assumem como parte da “escola NXZero”.

“O que temos em comum são as letras que falam de amor, de valores familiares e que transmitem ideais otimistas”, diz Beto Ferrari, vocalista do Replace. A banda é mais um daqueles fenômenos da internet: mesmo sem disco lançado ou hit nas rádios, já conta com uma comunidade de mais de 3 mil fãs no Orkut e consegue lotar casas de shows Brasil afora.
A história do grupo, formado há dois anos, está no YouTube. O quinteto produziu a série amadora “Onde foi que eu errei?” mostrando todos os passos do Replace em clima de reality show.
Nos episódios, que costumam ultrapassar os 3 mil acessos, é possível comprovar que o lema dos rapazes, “rock, pizza e Tubaína”, faz sentido. “A gente gosta é de música boa e refrigerante barato. Nada a ver esse negócio de bancar o bem louco, dessa imagem sujona que os roqueiros do passado tinham”, diz o baterista Caio Camargo.
“De rebelde a gente só tem o visual desarrumado. Mas vamos dizer que é um bagunçado-arrumado”, completa Beto.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL796008-7085,00-NXZERO+DA+A+LARGADA+PARA+NOVA+GERACAO+DE+ROQUEIROS+BONZINHOS.html

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